domingo, 28 de setembro de 2008

Desenvolvimento Tecnológico

Me desculpem os patriotas, mas vou discutir aqui mais um assunto em que, na minha opinião, o Brasil age erroneamente. Desta vez me refiro ao desenvolvimento tecnológico, principalmente no que diz respeito à política de impostos sobre importação.

O Brasil é um dos países onde o imposto sobre importação de artigos eletrônicos, ou produtos tecnológicos em geral, tais como smartphones, computadores, laptops, etc, é muito alta, chegando a quase dobrar o valor final do produto após a importação, isso sem contar com o lucro que a importadora põe em cima, no valor final para o consumidor.

Resumindo, se você quer algum artigo de ponta no que diz respeito à tecnologia tem que pagar quase três vezes o valor que um americano, por exemplo, paga para tê-lo. Daí eu pergunto, será que o brasileiro com renda na média nacional do Brasil tem condições de pagar o triplo do valor que um americano com renda média nacional dos EUA paga? Está mais que claro que não!

Vou tomar apenas como exemplo o novo iPhone 3G, da Apple. Tal smartphone foi apresentado em Julho por Steve Jobs, CEO da Apple num evento grandioso nos Estados Unidos, onde este é vendido em duas versões: uma com 8GB de memória e outra com 16GB de memória. A primeira é vendida naquele país por $199 dólares enquanto a segunda é vendida por $299 dólares.

Alguns meses depois, o iPhone é lançado no Brasil. Qual o valor? O preço médio do iPhone de 8GB é R$ 1500, o que dá algo perto de $800 dólares. Isto é quatro vezes o valor do mesmo produto vendido nos Estados Unidos!!! Simplesmente um absurdo da exploração. As companhias operadoras de telefonia celular se defendem informando que os impostos de importação são altos e o contrato máximo de fidelidade que a lei brasileira permite é de 1 ano, diferentemente dos Estados Unidos onde este período de fidelidade é de 2 anos. Mas cobrar 4 vezes mais de uma população onde a renda média é inferior?!?!

Então o governo vem com a história da inclusão digital, criando os PCs populares, que pagam menos impostos. Tais PCs populares são uma enganação no meu ponto de vista. Na maioria dos casos são computadores com tecnologia ultrapassada e que mesmo com o incentivo do governo ainda são mais caros que computadores com melhor tecnologia vendidos nos Estados Unidos. Naquele país, é possível comprar laptops com tecnologia de ponta por algo em torno de $500 dólares, tal proeza é impensável no Brasil.

Agora imagine se tais produtos estivessem disponíveis no Brazil a preços equivalentes. Aí sim teríamos uma inclusão digital pra valer. Não seria necessário muito esforço do governo, bastaria reduzir significativamente os tais impostos de importação, ou aumentar o limite de isenção, que hoje é de $50 dólares se não me engano. Que tal aumentar este limite para $1000 dólares?

Aliás, você já parou pra pensar qual o motivo de haver tanto contrabando de produtos tecnológicos no Brasil? Os malditos impostos!!! Agora vai me dizer se não é burrice combater o contrabando sem reduzir os impostos? Se os governantes fossem um pouco menos medríocres, eles mudariam a política de importação para que, com isso, o contrabando não valesse mais a pena. Por exemplo: quem compraria um produto contrabandeado por R$ 800 se o mesmo produto fosse oferecido de forma legal por R$ 850 ou R$ 900? Do jeito que está hoje, um produto vendido de forma ilegal por R$ 800 custa, por vias legais, algo como R$ 1600. É por isso que o contrabando prospera e empresas cumpridoras da lei vão à falência. Ninguém mais aguenta tantos impostos, e a perspectiva de redução da carga tributária no Brasil é quase nenhuma. O que vemos, no entanto, é dia após dia a arrecadação de impostos aumentar. Na outra ponta, a qualidade dos serviços públicos só piora. Vai entender!?!?! A única explicação é a corrupção, o desvio do dinheiro público!

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